Nossa cidade, Formiga, estará recebendo em novembro, mais
especificamente no período de 07 de novembro a 07 de dezembro, o Projeto Encontro Marcado Com
Fernando Sabino.
O Projeto idealizado e dirigido pelo filho do escritor Bernado Sabino
teve início em 2008 e já passou por diversas cidades de Minas, estado em
que nasceu o escritor.
Um lindo trabalho de preservação da obra e memória deste grande
escritor, que além de tudo visa também incentivar a leitura, através de
diversas atividades a serem desenvolvidas em todas as escolas
do município.
O projeto é realizado em duas etapas, a primeira a ser desenvolvida
pelas escolas através de sua equipe pedagógica e corpo docente, com
propostas de leitura e atividades envolvendo a vida e obra do escritor.
A segunda etapa, a culminância do projeto, é a
exposição multimídia sobre a vida e obra de Fernando Sabino que
inclui fotos, objetos pessoais, enfim, um excelente acervo ao qual também
será incorporado os trabalhos desenvolvidos pelos alunos nas escolas durante a
primeira etapa.
Para quem não conhece este grande escritor, Fernando Sabino, é Mineiro
de Belo Horizonte, nascido em 12 de outubro de 1923 dia das crianças, vindo a
falecer em 11 de outubro de 2004 no Rio de Janeiro, por coincidência na véspera
de seu aniversário.
Em uma de suas entrevista no Programa Roda Viva o escritor fala de sua
infância e de como o menino Fernando Sabino descobriu a sua vocação para
escritor.
Fragmento:
Fernando Sabino: Quando eu era garoto, eu tinha, por exemplo, nove, oito anos, quando eu comecei a me entender por gente, a partir dos sete, oito anos, eu descobri que eu tinha uma vocação irresistível, incontrolável, extraordinária, arrasadora para a mentira. Eu mentia descaradamente, [risos] eu falava mentira para todo lado. Minha mãe me perguntava: “Aonde é que você foi?” Eu falava: “fui à praça”. “Fazer o quê?” Não tinha ido à praça, estava no quarto. Inventava mentira para todo lado, e não sei por que diabo eu tinha essa compulsão. Depois eu comecei a ambientar essas mentiras, sabe? Eu ia assistir um filme, por exemplo, ou lia um livro de aventuras assim de garoto, e começava a contar para os meus companheiros e inventava episódios que não tinha, mudava o enredo todo, enfiava personagens. Daí eu pensei que eu podia eu próprio começar a escrever as minhas próprias histórias, e foi assim que eu comecei, desviando essa mitomania para a literatura.Fonte:
http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/278/entrevistados/fernando_sabino_1989.htm
Ainda em uma outra entrevista publicada na coletânea Viver e escrever de Edla Van Steen o escritor conta como acabou se encantando pelo mundo da leitura e da escrita, citando uma das obras literários que mais o impressionou na infância.
Fragmento:Por volta dos onze, doze anos eu já gostava muito de ler. Não havia televisão naquele tempo, não é? Gostava principalmente dos livros de aventuras, o que me despertava vontade de escrever histórias iguais. Quando contava a algum amigo uma história que havia lido, costumava inventar muito por minha conta. O que talvez já fosse uma vocação de escritor. O livro que mais me impressionou foi Winnetou, do escritor alemão Karl May. Vários outros de minha geração, como Hélio Pellegrino, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende também se maravilharam com esse livro fabuloso. Depois me cansei um pouco de aventuras de índios e passei para os romances policiais: Edgar Wallace, Sax Rommer, S.S. Van Dyne. Tentei imitar o estilo deles escrevendo contos policiais. Comecei a participar de concursos e ganhei um, da revista Carioca. Quem ganhou menção honrosa junto comigo foi uma menina chamada Lygia Fagundes.Fonte: livroseafins.com/o-que-fernando-sabino-lia-quando-era-crianca/