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27 de junho de 2012

Projeto: Do aluno leitor ao artista que eu sou.

                                
A abertura do projeto: Do aluno leitor ao artista que sou teve início no final do mês de Maio. O projeto caracteriza-se pelo aspecto lúdico, com trabalhos criativos dos alunos sobre suas leituras. O projeto pretende abranger as diversas linguagens artísticas, música, teatro, fantoche, cinema (vídeo), desenho.
Procuramos sempre trabalhar a literatura de uma forma lúdica, por acreditar ser esta a melhor forma de torná-la cada vez mais atrativa aos nossos alunos. 
O projeto irá abranger todas as turmas, sendo desenvolvido de forma mais independente pelos alunos do 6º ao 9º ano, contando é claro com colaboração e orientação das professoras de língua portuguesa e bibliotecária. Já o trabalho com os alunos do 1º ao 4º ano será feito de forma mais direcionada e sob a orientação da bibliotecária.

                                           Dramatização da história A velhinha maluquete
                                                                           com alunos do terceiro ano.

Equipe da Biblioteca

 
                                                           Nossa biliotecária Rosaine e autora deste blog.


                                            Nosso auxiliar de biblioteca Diego.

É com imenso prazer que colocamos a disposição de nossos leitores tudo aquilo que temos de melhor em nosso acervo, para sua informação, entretenimento, conhecimento,crescimento, estudo, enfim para bem servi-lo e atender suas necessidades de informação. 
Nosso objetivo é melhorar cada vez mais os nossos serviços priorizando é claro o nossos leitores, alunos, funcionários, professores, comunidade, enfim, todos aqueles que freqüentam nossa biblioteca e utilizam o nosso acervo.

26 de junho de 2012

A Serpente e o Vaga-lume

                    "As histórias são jardins secretos onde podemos brincar e sonhar transformando estrelas em brilhantes, pedras em brinquedos, bruxas em fadas. Reúnem a razão e a emoção, o lúdico e a fantasia, e nos fornecem pistas  importantes para o encontro com o SER ESSENCIAL, o nosso grande potencial criativo."   ( Nye Ribeiro)


Deste a antiguidade que os contos são usados como fonte de reflexão e ensinamentos. Em contato com sua riqueza simbólica identificamos nossos sentimentos, emoções, inquietações, dúvidas, relacionando-os com nossas experiências de vida.
Como este é um blog também dedicado a leitura estarei sempre publicando aqui alguns contos para aqueles que gostam de uma boa leitura.


 A Serpente e o vaga-lume

Numa antiga floresta indiana, um vaga-lume voava feliz e livre entre baixos arbustos. O pequeno inseto estava tão distraído com a paisagem que não percebeu que estava sendo seguido por uma serpente venenosa. De repente, o vaga-lume se deu conta do perigo, tentou fugir, mas a serpente o encurralou. O inseto  reluzente então parou de se movimentar, deu meia-volta, encarou a serpente e perguntou:
-Você vai me comer?
A serpente se aproximou um pouco mais e respondeu:
-Vou!
-Mas isso não faz sentido! Serpente comer vaga-lume? Tem certeza de que vai me comer? - perguntou novamente o vaga-lume.
A serpente deslizou lentamente em direção ao inseto e respondeu:
-Tenho certe absoluta!
-Então, antes de morrer, posso lhe fazer três perguntas? - solicitou o vaga-lume.
-Pode. Vai morrer mesmo... - respondeu a serpente agitando o chocalho na extremidade da cauda.
- Primeira pergunta: Eu faço parte da sua cadeia alimentar?
A serpente levantou até a altura do vaga-lume e respondeu:
-Não!
-Segunda pergunta: Eu lhe fiz algum mal?
A serpente se inclinou até quase tocar as antenas do inseto e respondeu:
-Não!
-Terceira e última pergunta: Então por que você quer me comer?
E a serpente, já sentindo o corpo do vaga-lume na língua respondeu:
_Porque não suporto o seu brilho!


Fonte: Brenman, Ilan. As 14 perolas da Índia. São Paulo: Brinque-book, 2008.

19 de junho de 2012

Porque meu filho não gosta de ler?


 
 Uma palavra aos pais, professores, pedagogos e bibliotecários sobre a difícil tarefa de incentivo a leitura.

Não  sou acadêmica no assunto, mais minha curiosidade,  experiência e algumas das minhas muitas leituras me fizeram entrever alguns aspectos negativos que podem levar, com certeza, ao fracasso desta difícil tarefa que é a formação de leitores. E é este conhecimento que gostaria de compartilhar aqui com vocês.
Primeiramente me lembro de certa vez ter lido, que erramos ao disser que é necessário incentivarmos o "habito de leitura" em nossos alunos. Por que o erro? Pensemos nos nossos hábitos, muitas das vezes eles podem ser mudados, deixamos antigos hábitos e adotamos novos a todo momento. Assim a leitura tal como um hábito também poderá ser deixada de lado e trocada por qualquer outro hábito a qualquer hora.
Devemos sim, incentivar o amor pelos livros e pela leitura. Porque aquilo que amamos não abandonamos facilmente. É desta maneira que poderemos formar verdadeiros leitores, aqueles que iram fazer da leitura mais do que um simples hábito, mais uma  verdadeira paixão, uma fonte de constante inspiração, crescimento pessoal, conhecimentos multidisciplinares, enfim uma eterna companheira.
Com certeza algum de vocês já leram em algum lugar sobre a citação que faço a seguir:

"10 Direitos Imprescritíveis do Leitor"

1-O direito de não ler.
2-O direito de saltar páginas.
3-O direito de não acabar um livro.
4-O direito de reler.
5-O direito de ler não importa o quê.
6-
O direito ao “bovarysmo” (doença textualmente transmissível).*
7-O direito de ler não importa onde.
8-O direito de saltar de livro em livro.
9-O direito de ler em voz alta.
10-O direito de não falar do que se leu.
  
Esta citação é retirado do livro "Como um Romance" do autor Francês Daniel Penac, livro este que considero de leitura imprescindível aos pais, professores, pedagogos, bibliotecários enfim a todos aqueles que estão engajados nesta difícil tarefa de formação de leitores. 
Logo no início de seu livro Daniel Penac faz uma colocação que considero chave nesta questão dos verdadeiros entraves na formação de leitores: "O verbo ler não aceita imperativo". 
Transformar a leitura em obrigação é o mesmo que criar mais um entre tantos outros obstáculos, a um possível  candidato a futuro e apaixonado leitor. E esta é a realidade com a qual os nossos educandos convivem, praticamente do início ao fim de todo seu período de formação escolar. Afinal qual de nós nunca teve que ler um livro, cuja leitura foi uma exigência de algum  professor, para responder aquele famoso questionário  comumente chamado ficha de leitura. 
E ai me perguntam os professores? Como então avaliar o leitor e  seu desenvolvimento no aprendizado da leitura?  Mais então respondo: Será que um simples questionário seria assim um instrumento tão eficaz nesta avaliação? Hoje em dia todos temos conhecimento de  que a internet é uma fonte inesgotável de tudo que se queira encontrar. Se buscarmos por exemplo na internet os dados de qualquer livro é possível quase sempre encontrarmos diversas referências, resumos, releases, enfim, diversas informações acerca daquela obra que poderão nos dar pistas suficientes sobre o enredo, sem necessariamente ler a obra em questão. Esta é claro, seria apenas uma das formas de burlar está tão celebre avaliação. 
Aos professores de plantão, eis uma dica preciosa, seja primeiramente você um leitor.  O professor que não gosta de ler não queira ele despertar no aluno o amor pela leitura e pelos livros. Afinal ninguém pode convencer o outro de apostar em algo que ele próprio não experimentou, não soará nada convincente. 
Além do mais o professor pode dispor de vários outros recursos que com certeza lhe permitirão conhecer o desenvolvimento de seus alunos no aprendizado da leitura. Uma boa opção que acho bastante interessante são as rodas de leitura, onde os alunos podem comentar livremente sobre suas leituras de sua escolha, sem ser necessariamente aquela leitura obrigatória, além de permitir uma rica troca de sugestões de leituras entre eles.
O professor neste caso tem um papel fundamental, uma vez que ele próprio deve comentar também sobre suas leituras, além de  sugerir aos alunos algumas leituras que possam vir a  interessar para eles.
Penac em seu livro já citado ilustra de forma contundente o papel do professor como grande provocador da verdadeira paixão do aluno pelo livro. É isto mesmo,  diria que depois dos pais, é o professor, o grande responsável pela tarefa de formar leitores. Podemos definir assim os três grandes pilares necessários ao sucesso desta complexa  tarefa de formação de leitores: os pais, a escola e o professor. 
Primeiramente os pais, pois são eles a primeira imagem e exemplo de leitor que a criança terá. Por isso pais, leiam para seus filhos, leiam com seus filhos e ouçam a leitura de seus filhos, se querem fazer deles grandes leitores. 
É importante observar, conforme nos lembra Penac, que um dos períodos de grande transformação para criança é a fase em que ela entra para escola. Fase esta que deve ser cercada de muitos cuidados, pois é neste momento que a criança se encontra pela primeira vez longe de tudo aquilo que lhe é familiar, longe da presença da mãe, longe de seus brinquedos, longe de tudo aquilo que lhe faz sentir-se aconchegada. Ali na escola frente a um estranho que é o professor ela passa a uma realidade completamente diferente, onde muitas atitudes podem ser decisivas para suscitar nela paixão ou aversão a uma série de coisas.
Portanto é fundamental que nesta fase os pais  acompanhem e fiquem bem atentos as suas reações, e que jamais em momento algum  deixem de fazer aquilo que já faziam por ela, ou seja, deixar que a criança aos poucos se torne independente por ela mesma, sem mudanças bruscas. Portanto pais, não deixem de ler para seus filhos, só porque eles já conseguem ler sozinhos. A leitura aquela ao pé da cama ou em outro momento qualquer feita pelos pais aos filhos, mais do que um momento de laser, representa um forte vínculo afetivo, e este deve se manter até que a criança se sinta segura o bastante para fazer por ela mesma as suas leituras e suas próprias descobertas.
Lembro-me de um episódio, no qual minha sobrinha nos primeiros anos de sua fase escolar, fez um comentário um tanto triste, que talvez reflita o pensamento de muitas outras crianças naquela idade:"Só porque agora já sei ler ninguém mais quer ler para mim!" Triste erro que cometemos ao julgar que pelo simples fato de  uma criança já saber ler, ela não  mais precise  de ninguém que leia para ela. Precisa sim, não só de quem leia para ela, como também de quem tenha paciência para acompanhar as suas leituras e ajudá-la em suas dificuldades,  apreciando também seus acertos.
A escola é aquela que através do seu corpo administrativo e direção, propicia aos seus alunos um terreno altamente fértil  para produção de futuros e apaixonados  leitores. O papel da direção de uma escola é fundamental na valorização do espaço da biblioteca como fonte inesgotável de recursos tão necessários a formação de leitores,  como também da valorização dos profissionais que nela atuam não como meros expectadores mais como verdadeiros promotores da leitura, dos livros e da apaixonante aventura que é ser um "Leitor".

Autora: Rosaine M. Mendonça

11 de junho de 2012

MANIFESTO UNESCO/IFLA - PARA BIBLIOTECA ESCOLAR

         Edição em língua portuguesa – Brasil, São Paulo (Traduzido por Neusa Dias Macedo*


  A biblioteca escolar propicia informação e idéias que são fundamentais para que seus usuários sejam bem sucedidos na atual sociedade-baseada na informação e no conhecimento. Habilita os estudantes para a aprendizagem ao longo da vida e desenvolve a imaginação, tornando-os cidadãos responsáveis.
A MISSÃO DA BIBLIOTECA ESCOLAR
  A biblioteca escolar oferece livros, recursos e serviços como apoio à aprendizagem. Possibilita a todos os membros da comunidade escolar tornarem-se pensadores críticos e efetivos usuários dos vários tipos de suportes documentários e meios de comunicação. As bibliotecas escolares ligam-se às mais extensas redes de bibliotecas e de informação, em observância aos princípios do Manifesto UNESCO 1994 para Biblioteca  Pública.
  O quadro de pessoal da biblioteca constitui-se em suporte ao uso de livros e outras fontes de informação, desde obras de ficção a outros tipos de documentos, querem no formato impressos como eletrônicos tanto para a consulta presencial como para a remota. Este acervo se complementa e se enriquece com manuais, obras didáticas e metodológicas.
  Já está comprovado que bibliotecários e professores, trabalhando em conjunto, influenciam o desempenho dos estudantes para o alcance de maior nível na literácia na leitura e na escrita, na resolução de problemas, no uso da informação e das tecnologias de comunicação/informação.
  Os serviços das bibliotecas escolares devem ser oferecidos de modo igual a todos os membros da comunidade escolar, a despeito de idade, raça, sexo, religião, nacionalidade, língua e status profissional e social. Serviços específicos devem ser disponibilizados também a pessoas especiais, não aptas ao uso dos materiais comuns da biblioteca. 
  O acesso às coleções e aos serviços deve orientar-se nos preceitos da Declaração Universal de Direitos e Liberdade das Nações Unidas, e não deve estar sujeito a qualquer forma de censura ideológica, política e religiosa, ou a pressões comerciais. 
FUNCIONAMENTO, LEGISLAÇÃO E REDES
  A biblioteca escolar é essencial a qualquer tipo de estratégia de longo prazo no que respeita a competências à leitura e escrita, à educação e informação e ao  desenvolvimento econômico, social e cultural. Se a responsabilidade sobre a biblioteca escolar cabe às autoridades locais, regionais e nacionais, deve esta agência ser apoiada por política e legislação específicas. Deve também contar com fundos apropriados e substanciais para a manutenção de seu acervo, tecnologias, equipamentos e treinamento de pessoal, livres de qualquer ônus. 
 A biblioteca escolar é parceira imprescindível para atuação em redes de biblioteca e informação tanto em nível local, regional como nacional.
  Objetivos próprios da biblioteca escolar devem ser devidamente reconhecidos e mantidos sempre que ela estiver compartilhando equipamentos e recursos com outros tipos de biblioteca, em particular com a biblioteca pública.  
OBJETIVOS  DA BIBLIOTECA ESCOLAR
  A biblioteca escolar é parte integral do processo educativo. Para o desenvolvimento da literacia e/ou competência na leitura e escrita e no uso da informação, no ensino e aprendizagem, na cultura e nos serviços básicos da biblioteca escolar, é essencial o cumprimento dos seguintes objetivos:
·         apoiar e intensificar a consecução dos objetivos educativos como esboçados nas finalidades do currículo escolar;
·         desenvolver e sustentar nas crianças o hábito e o prazer da leitura e da aprendizagem, bem como o uso dos recursos da biblioteca ao longo da vida;
·         tornar oportunas as vivências para a produção e  uso da informação/conhecimento; para compreensão, imaginação e entretenimento;
·         cooperar com as ações da escola a todos os estudantes nos momentos de aprendizagem e de habilitação para avaliar e usar a informação, a despeito das variadas formas, suportes e meios de comunicação,  incluindo a sensibilidade para bem utilizar formas de comunicação com a comunidade onde estão inseridos;
·         prover acesso em nível local, regional, nacional e global aos recursos existentes e oferecer oportunidades aos aprendizes para a apropriação de idéias, experiências e opiniões a que estão expostos;
·         organizar atividades que encorajem a tomada de consciência cultural e social, bem como de sensibilidade; 
·         trabalhar em conjunto com estudantes, professores, administradores e pais, para o alcance final da missão e objetivos da escola; proclamando o conceito da liberdade intelectual e do acesso à informação como pontos fundamentais à formação de cidadania consciente e  exercício da democracia;  
·          promover leitura, recursos e serviços da biblioteca escolar junto à comunidade escolar e ao seu derredor.
À biblioteca escolar cumpre exercer todas essas funções, desenvolvendo políticas e serviços; selecionando e adquirindo recursos; provendo acesso físico e intelectual a adequadas fontes de informação; fornecendo ainda ferramentas/equipamentos educativos, e envolvimento no treinamento de pessoal.
  O bibliotecário escolar - membro profissionalmente qualificado – é o responsável pelo planejamento e gestão da biblioteca escolar, tanto quanto possível, deve contar com o apoio de equipe adequada, trabalhando em conjunto com todos os membros da comunidade escolar,  bibliotecas públicas e outras agências afins.
  O papel do bibliotecário escolar irá variar de acordo com orçamentos, currículos e metodologias de ensino das escolas, dentro do quadro legal e financeiro do país.  Dentro de contextos específicos, há áreas gerais de conhecimento que são vitais se os bibliotecários escolares quiserem desenvolver e operacionalizar serviços efetivos, a saber: gestão de biblioteca, de aquisição de recursos e de serviços de referência e informação, e gestão de ensino.
  Em vista das crescentes mudanças nos ambientes de rede, os bibliotecários escolares devem tornar-se competentes em questões de planejamento e instrução às diferentes habilidades para o manuseio de novas ferramentas de informação, tanto a professores como a estudantes. Desta forma, devem obter contínua formação profissional.
    SERVIÇOS E GESTÃO
Para assegurar serviços efetivos e credenciados, ter-se em conta:
·         formular política própria para os serviços de biblioteca, definindo objetivos,  prioridades e atividades, em consonância com as necessidades  curriculares das  escolas;
·         obedecer a padrões profissionais na organização e manutenção da biblioteca escolar;
·         prover  acesso a serviços e à informação a todos os membros da comunidade escolar,  e funcionar dentro do contexto da comunidade local;
·         encorajar a cooperação entre professores, gestores experientes na área escolar, administradores; pais; outros bibliotecários e profissionais   da informação, e grupos interessados da comunidade.
 APLICAÇÃO DO MANIFESTO
  Por intermédio de ministérios da educação e cultura, são conclamados os governantes de cada país para que desenvolvam estratégias, políticas e planos de implementação aos princípios deste Manifesto.
  Esses planos devem prever intensa divulgação do Manifesto tanto em programas de formação básica como de educação contínua a bibliotecários e professores.
  Incentivo deve ser dado aos responsáveis pelas tomadas de decisão, em nível local e nacional, e à comunidade de bibliotecários em todo o mundo, a fim de que sejam aplicados os princípios deste Manifesto.

* O Manifesto foi preparado pela IFLA e aprovado pela UNESCO na sua Conferência geral, de novembro de 1999.  
* Fonte: http://www.ced.ufsc.br/bibliote/acb/manifesto_p_be.html